domingo, janeiro 28, 2007

Saiu na mídia

Polêmicas dividem candidatos

Concorrentes à presidência da Assembléia divergem sobre temas como convocação de concursados e sede própria

Em meio ao acirramento da disputa pela conquista de apoios na sucessão do comando da Assembléia Legislativa, os cinco candidatos à presidência da Casa que ainda estão no páreo foram convidados a opinar sobre quatro pontos que são de interesse da sociedade e que ganharam destaque durante o processo sucessório. A reportagem ouviu os postulantes acerca da construção da nova sede do Poder, a permanência do serviço médico, a reforma do Regimento Interno da Casa e a nomeação dos 122 aprovados no concurso público realizado em junho de 2006.

Trunfo

Nos últimos dias, causou polêmica a possibilidade de que Samuel utilizasse a nomeação de servidores públicos como um trunfo político. O presidente estaria ameaçando nomear todos os aprovados no último concurso público promovido pela Assembléia em caso de derrota, extinguindo assim o mesmo número de cargos comissionados e deixando o próximo presidente em dificuldades para cumprir os acordos políticos firmados durante a eleição.

A realização do concurso é um ponto nevrálgico na Casa, já que a maioria dos parlamentares parece não concordar com a forma como ele foi feito. Samuel anunciou a decisão de realizar concurso logo após ser indiciado em inquérito da Polícia Civil que investigava suposto esquema de desvio de recursos por meio da contratação de servidores fantasmas.

Samuel é lacônico quando trata do concurso – ele tem o poder de nomear os aprovados até o dia 31 – e diz somente que vai cumprir o edital. Os demais candidatos, à exceção de Jardel, afirmam que já que o concurso foi realizado, os servidores terão de ser chamados de acordo com as necessidades de Casa. Jardel, porém, não esconde ser contrário ao concurso realizado por Samuel, mas diz que vai ouvir todos os parlamentares antes de tomar uma decisão.

Discurso interno

Nos contatos com os deputados observa-se que as questões corporativistas e pessoais acabam pesando mais na disputa do que assuntos que dizem respeito à sociedade.

Um outro ponto que ganhou relevância nas conversas de bastidores é a preocupação dos parlamentares com a autonomia financeira da Casa, que tem os salários pagos por repasses do Executivo. A manutenção da Assembléia e a verba indenizatória também são custeadas com recursos provenientes do outro Poder.

Ganhou força na Casa a reivindicação de que seja feito um repasse único – nos moldes do que é feito na Câmara de Goiânia por meio do duodécimo – e que o Legislativo estadual tenha autonomia para gerir seus gastos. Dessa forma, a escolha do candidato passa também pela capacidade de defesa dos interesses do poder junto ao governo do Estado.

Hoje, a folha de pessoal da Casa (incluindo inativos, comissionados, efetivos e encargos) é de aproximadamente R$ 8,5 milhões mensais. O governo repassa ainda cerca de R$ 460 mil para a verba indenizatória e outros R$ 650 mil para a manutenção.

Nomeação dos concursados - O que dizem os candidatos

Cláudio Meirelles: "Tem de ser cumprido. Gradativamente, os concursados têm de ser nomeados".

Ernesto Roller: "Não se se será possível chamar todos de uma vez, mas defendo que os aprovados sejam nomeados"

Flávia Morais: "Vamos discutir o assunto com os deputados".

Jardel Sebba: "A decisão de nomear ou não vai ser tomada por um colegiado de líderes".

Samuel Almeida: "O edital estabelece regras e elas serão obedecidas. As nomeações vão seguir critérios técnicos".


Serviço médico é moeda de troca

Eleito com a promessa de extinguir a atividade na casa, atual presidente acabou desistindo da idéia

Em maio, reportagem publicada pelo POPULAR mostrou que o presidente havia voltado atrás quanto ao compromisso de extinguir o serviço médico. Constrangido, Samuel disse que a Assembléia iria somente prestar atendimento de caráter emergencial. Uma visita feita pela reportagem à época constatou, porém, que o serviço tinha 16 médicos, mais de 10 odontólogos, além de fonoaudióloga e psicólogas.

A reportagem mostrava ainda que o serviço médico era comandado por Marco Túlio Cruvinel, filho do deputado tucano Honor Cruvinel, e o setor odontológico por Danielle Sousa, filha do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Hélio de Sousa (PFL).

Jardel amplia vantagem

Mais três deputados da base governista anunciaram ontem apoio à candidatura de Jardel Sebba (PSDB) à presidência da Assembléia: o também tucano Fábio Sousa, além de Wellington Valin e Sebastião Costa Filho, ambos do PT do B. O anúncio reforça a vantagem do tucano que já conta com apoio declarado de 11 deputados.

Ontem, foi intensa a movimentação de deputados no Papillon Hotel, QG da candidatura de Jardel nos últimos dias. Ao lado de Jardel, o ex-secretário extraordinário Francisco Oliveira, homem de confiança do senador eleito Marconi Perillo (PSDB).

Samuel Almeida (PSDB) se reuniu com deputados que anunciaram apoio a Jardel e também esteve com o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, internado no Hospital do Rim. Para uma reação à candidatura de Jardel, Samuel não pode dispensar o apoio da bancada do PMDB. Cláudio Meirelles (PR) confirmou ontem disposição de se aliar a Samuel, mas negou que tenha desistido da sua candidatura.

Fonte: O Popular

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