quarta-feira, agosto 01, 2007

Assembléia empossa primeiros concursados

Heloísa Lima

O presidente da Assembléia Legislativa, Jardel Sebba (PSDB), deu posse ontem aos primeiros dez dos 122 aprovados no concurso público realizado pela Casa em junho de 2006. No mesmo ato, Jardel assinou o edital de convocação de outros cinco concursados – incluindo um dos quatro aprovados no concurso para procurador, realizado na mesma época.

O gesto marcou o fim de uma novela envolvendo a contratação dos concursados. Irritados com a demora na nomeação, eles promoveram várias manifestações contra o ex-presidente Samuel Almeida (PSDB) e também contra o atual. Em junho, com a mediação do Ministério Público, foi assinado um termo de ajustamento de conduta, que prevê a contratação escalonada de todos os aprovados no concurso até junho de 2009.

A cerimônia de posse, que começou às 15 horas na sala da presidência, foi rápida. Também estavam presentes os deputados Honor Cruvinel (PSDB), Tiãozinho Costa (PT do B) e José Nelto (PMDB). Luis Cesar Bueno (PT) apareceu no final da cerimônia.

Dirigindo-se aos aprovados no concurso, Jardel disse que eles eram bem-vindos e que não sofreriam qualquer tipo de discriminação por conta dos protestos que promoveram pela nomeação. "Foi uma manifestação legítima, feita de forma ética, decente. A democracia é assim mesmo." Jardel afirmou que considerava justo o pleito dos aprovados e que as nomeações só não aconteceram antes por falta de condições financeiras.

O presidente do Legislativo enfatizou que o Ministério Público teve papel de mediador nas conversas entre a Assembléia e os aprovados. "Foi uma negociação, não uma imposição", frisou. O tucano destacou que foi necessário demitir comissionados para que as nomeações fossem possíveis.

Em casa

"Sintam-se em casa. Nós, deputados, somos passageiros aqui. Vocês vão permanecer e engrandecer essa Casa." Mais tarde, em conversa com jornalistas, Jardel voltou a falar que a nomeação dos aprovados não foi resultado de pressão do Ministério Público. "Nós tínhamos prazo de mais três anos para convocar os concursados", justificou.

O concurso foi anunciado, no primeiro semestre do ano passado, por Samuel Almeida, como parte de um pacote de "medidas moralizadoras". O anúncio foi feito logo depois de o tucano ser indiciado pela Polícia Civil por suposta participação em um esquema de desvio de dinheiro público por meio da contratação de servidores fantasmas. Os irmãos de Samuel, Abigail Almeida Filho e Loyde Vargas foram apontados pela polícia como mentores do esquema.

Samuel, porém, concluiu sua gestão sem que um único concursado fosse contratado. O atual presidente chegou a se manifestar contra a realização do concurso durante o período eleitoral, ressalvando que não tomaria qualquer decisão sem consultar o colegiado de líderes.

Fonte: O Popular

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